COLÔNIA SANTA CLARA DE ASSIS
No final da década de 90, na cidade de Presidente Prudente/SP, Bairro Jardim Aviação, o padre da Paróquia Santa Rita de Cássia e um grupo de voluntários daquela comunidade, tomaram a iniciativa de resolver um problema que acontecia em torno da igreja e do Ginásio de Esporte Municipal, ao lado. Na porta principal da igreja, havia uma marquise, sob a qual várias pessoas passavam a noite e toda manhã, quando o pároco ou o sacristão da igreja chegava, encontrava-os dormindo sob essa cobertura. Presenciando essa quantidade de pessoas, principalmente homens, dormindo em péssimas condições, maltrapilhos e mendigos, em condições sub-humanas, o pároco e esse grupo de voluntários reuniram-se e várias idéias foram avaliadas, chegando à conclusão final de realizar uma construção, para atender homens abandonados de rua, principalmente aqueles que circundavam a região da paróquia.
A partir desse consenso, resolveram comprar uma área rural, uma chácara de aproximadamente três alqueires, onde foi projetada a construção de um prédio, com a maior simplicidade possível, em formato de cruz, contendo capela, refeitório, sanitários, cozinha, sala médica, sala de jogos, de TV e despensa; além de uma lavanderia e uma casinha de madeira para o coordenador, com área total construída de aproximadamente 1.000,00 m2.
Desde a sua inauguração em 11 de agosto de 2001, dia da padroeira da Colônia, Santa Clara de Assis, foram acolhidas aproximadamente 1000 pessoas abandonadas de rua, sendo que o espaço no dormitório é ocupado por trinta leitos.
Este trabalho é apoiado em três pilares:
a) ACOLHIMENTO – acolher pessoas abandonadas de rua, com todos os seus problemas, suas dificuldades de viver em sociedade, de cumprir regras, de organização e trazê-las à vida normal de comunidade, resgatando a dignidade humana.
b) EVANGELIZAÇÃO – participar dos estudos bíblicos diários, das missas da igreja Santa Rita, enfim, de todas as demais ações religiosas da comunidade.
c) INTEGRAÇÃO SOCIAL – interagir com a comunidade da Paróquia Santa Rita, participando de festas, encontros, missas e demais atividades sociais;
-Incentivar a aproximação dos acolhidos com empresários da comunidade, objetivando possíveis empregos futuros;
-Estimular o acolhido à realização de trabalhos comunitários na própria instituição, desenvolvendo habilidades necessárias para o trabalho;
-Resgatar os vínculos perdidos, recebendo visitas de familiares.
Em razão do exposto e considerando que nestes dez anos de instituição já passaram pelo projeto em torno de mil homens, é visível a transformação de muitas vidas, não só destas pessoas, mas também daquelas que os cercavam. A colônia recebe notícias, telefonemas e visitas de antigos internos que revelam, dando seus depoimentos, verdadeira superação, cada qual a sua maneira e particularidade da vida.